
A acomodação do bebé ao longo da gestação, o aumento de peso e as alterações hormonais podem, também, conduzir ao surgimento da diástase do reto abdominal. A cintura abdominal consiste em quatro camadas de músculo. Os dois músculos superficiais, os retos abdominais que se estendem para cima e para baixo na zona anterior, dois pares de músculos oblíquos e um par de músculos transversais de cada lado.
No final da gravidez é bastante comum os dois retos separarem-se formando a diástase abdominal, situação completamente indolor. Músculos abdominais estirados e enfraquecidos não conseguirão suportar devidamente as costas, o que pode provocar ou agravar as dores lombares no pós-parto.
O risco aumenta com o número de bebés na mesma gravidez e nas gestações posteriores. A diástase é considerada normal e regride entre 6 semanas a 3 meses após o nascimento do bebé sem necessidade de qualquer intervenção (1). No entanto, 1 em cada 3 mulheres, 1 ano após o parto, ainda mantêm a diástase abdominal (2).

Esta alteração nos músculos abdominais pode apresentar-se como uma depressão ou uma saliência na linha média do abdómen, passando pelo umbigo até ao osso púbico. É mais notória quando os músculos se encontram contraídos. Esta condição pode ser a responsável pela queixa da mulher em manter uma barriga de grávida mesmo após o nascimento do bebé devido a falta de estabilidade concedida pela parede abdominal. Pode também causar alteração da estabilidade da cintura pélvica, mobilidade e postura global, dor lombar e/ou dor pélvica, disfunção do pavimento pélvico e hérnia abdominal (1). É fundamental volta a unir estes músculos sobretudo antes de uma nova gravidez face ao risco aumentado de piorar a situação. A recuperação passa por exercícios físicos adaptados (por exemplo Yoga pós-parto), fisioterapia e/ou cirurgia em situações mais severas.
Diástase abdominal e asana

Tendo em conta as alterações físicas, nomeadamente a hiperlordose lombar e a diástase abdominal que sucedem o parto, existe um conjunto de asana ou posturas psicofísicas que são contraindicadas devido ao risco de agravar este tipo de situações. Mesmo que a mulher após o parto não sofra de uma hiperlordose ou de uma diástase abdominal terá, concerteza, um enfraquecimento dos músculos abdominais e dos músculos do pavimento pélvico (caso não tenha durante a gravidez havido o cuidado de reforçar este conjunto de músculos) e por isso estas mesmas posturas serão, também, contraindicadas para todas as mulheres em pós-parto. O retorno à realização deste tipo de asana deve de ser gradual e com o devido acompanhamento ao longo das práticas de Yoga pós-parto.
No caso da existência de diástase abdominal ou do enfraquecimento da zona abdominal, os asana contraindicados se realizados podem conduzir ao agravamento do afastamento dos músculos e/ou aumentar o tempo de recuperação, devido ao aumento da pressão intra-abdominal. Este aumento de pressão pode ser através da projeção anterior dos músculos retos abdominais, nomeadamente, em asana que exigem a flexão do tronco, solicitando todo o core (semelhante aos exercícios abdominais tradicionais) Potasana/ Postura do barco por exemplo, e/ou através da ação da força da gravidade, onde o abdómen fica sujeito a esta (as tradicionais pranchas) como por exemplo Makarasana /Postura do Crocodilo e a postura de Adho Mukha Svanasana/ cão a olhar para baixo.
Boas práticas
Namastê
Referências: