O que muda na prática de Yoga no pós-parto?
- Vânia Carranca
- 21 de abr.
- 2 min de leitura
Atualizado: 23 de abr.

Na prática de Yoga após o parto é, antes de tudo, um convite à escuta. Escuta do corpo, da energia, do bebé… e da nova mulher que nasceu com a maternidade.
Depois da gravidez e do parto, o corpo não é o mesmo — e isso é natural. O centro de gravidade mudou, o core está mais sensível, o pavimento pélvico precisa de tempo para se reorganizar e os tecidos estão ainda a recuperar. Por isso, algumas posturas precisam de ser ajustadas e outras devem mesmo ser evitadas nesta fase, sobretudo aquelas que exigem força abdominal intensa ou compressão na região pélvica.
Mas não é só o corpo que mudou — a energia também se transformou. É muito comum sentires-te mais cansada, com menor vitalidade e foco. A boa notícia é que o yoga pode continuar a ser teu aliado, mesmo assim. A chave está em adaptar a prática: menos esforço físico e mais presença, com práticas centradas na respiração, na meditação e no relaxamento. Sem metas, sem pressa, sem regras rígidas. Apenas com respeito pelo teu corpo e pelo teu tempo.
E há outro detalhe muito importante: não praticamos sozinhas. O bebé está por perto, e muitas vezes a tua atenção será dividida entre ti e ele. E está tudo bem. O essencial é que consigas manter o espaço da prática, mesmo que o bebé esteja nos teus braços, ao teu lado ou precise de ti a meio da respiração. Yoga no pós-parto é imperfeito — e é nessa imperfeição que reside a beleza da prática real, da vida real.
O tempo também mudou. Talvez já não consigas ter uma hora só para ti. Mas e se forem 10 minutos? E se forem apenas 5 minutos para respirar profundamente e pousar os ombros? Esse pequeno gesto já é prática. Já é autocuidado.
No pós-parto, o yoga não é performance. É acolhimento. Não é silêncio absoluto. É espaço partilhado. É menos sobre forma, e mais sobre sentir.
Com amor, com paciência e com o ritmo que for possível — que seja teu.
Comments