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Yoga fora do Tapete: A Prática da Flexibilidade Interna

Atualizado: 15 de jun.


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Vivemos tempos que exigem movimento constante, mudanças inesperadas e escolhas conscientes. Neste fluxo imprevisível, a flexibilidade — física, mental e emocional — torna-se uma aliada preciosa. Muito além de alongar o corpo, ser flexível é uma forma de viver com mais leveza, abertura e presença.


Neste texto, partilho reflexões sobre por que a flexibilidade é tão importante e como ela se entrelaça com os princípios do Yoga, ajudando-nos a caminhar pela vida com mais suavidade e sabedoria.



1. Porque a vida muda constantemente.


A flexibilidade mental permite-nos adaptar com presença e suavidade.


🔹 Relaciona-se com: Aparigraha – o desapego.

Ser flexível é soltar o apego ao controlo, às ideias fixas e à forma como “as coisas deveriam ser”. É confiar que não precisamos segurar tudo com força para estar em equilíbrio.



2. Porque a rigidez cansa e isola.


Quando estamos presas a uma única forma de pensar ou viver, deixamos de escutar a vida ao nosso redor.


🔹 Relaciona-se com: Satya – a verdade.

Ser flexível é estar aberta à verdade do momento presente, mesmo quando ela nos mostra algo novo ou diferente da nossa verdade antiga. A verdade também evolui.



3. Porque flexibilidade é inteligência emocional.


Saber quando ceder e quando permanecer firme é uma sabedoria silenciosa.


🔹 Relaciona-se com: Ahimsa – a não-violência.

A rigidez pode gerar frustração, crítica, e até autoagressão. Uma mente flexível é mais gentil consigo mesma e com os outros. Saber adaptar é uma forma de agir com menos violência interna.



4. Porque a flexibilidade te aproxima da compaixão.


Permite compreender melhor os outros e aceitar diferentes caminhos.


🔹 Relaciona-se com: Karuna – compaixão (princípio subjacente a todo o caminho do Yoga).

A flexibilidade dissolve a rigidez do ego. Quando deixamos de acreditar que só há “uma forma certa”, tornamo-nos mais disponíveis para escutar, acolher e cuidar.



E viver com flexibilidade?


1. Dá-te liberdade.


Não ficas presa a planos ou expectativas.


🔹 Relaciona-se com: Svadhyaya – o autoestudo.

Estar disponível para rever escolhas, mudar rotas e aprender com o que surge é praticar autoestudo em ação. É permitir-se evoluir.




2. Traz mais paz.


Menos resistência, mais aceitação.


🔹 Relaciona-se com: Santosha – contentamento.

Ser flexível é reconhecer o que há agora, sem desejar que tudo seja diferente. É encontrar paz mesmo no meio do movimento.



3. Ensina-te a confiar.


Confiar que és capaz de atravessar o que vier.


🔹 Relaciona-se com: Ishvara Pranidhana – entrega ao divino.

Flexibilidade é também rendição. Não de desistência, mas de entrega consciente: eu faço a minha parte, e confio no fluxo maior da vida.


Ser flexível é uma forma de praticar Yoga fora do tapete.

É viver Ahimsa, Aparigraha, Santosha e tantos outros princípios… com o coração aberto e a a mente desbloqueada – prontos para caminhar, ajustar e dançar com a vida.

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