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Fechar o Ciclo do Stress: Uma Prática Necessária

  • Foto do escritor: Chandra
    Chandra
  • 26 de jul. de 2021
  • 3 min de leitura

Atualizado: 7 de jul.


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Ao contrário de outras práticas físicas, a maioria das pessoas não procura o Yoga com objetivos meramente estéticos, de performance ou de transformação do corpo. A motivação mais comum para iniciar a prática está relacionada com o alívio do stress e da ansiedade. Foi também esse o meu caso. Quando experimentei a minha primeira aula de Yoga, em 2015, vivia uma fase profissional extremamente exigente e desgastante. O stress acumulado levou-me, finalmente, a dar o passo que há muito me despertava curiosidade: entrar numa sala de Yoga.



O stress é, atualmente, um dos fatores de risco mais graves para a saúde. Acho que todos nós, de alguma forma, temos consciência disso. Vivemos numa sociedade acelerada, hiperprodutiva, onde se exige uma presença constante — não só no trabalho, mas também no plano pessoal.



Nunca, como hoje, nos foi exigido estar tão ativamente disponíveis, mesmo que isso nos custe o bem-estar físico, mental, familiar e emocional. Segundo um inquérito realizado pelo Techniker Krankenkasse (Alemanha, 2016), os principais fatores de stress identificados foram:

  • Pressão no trabalho

  • Elevada autoexigência

  • Excesso de compromissos no tempo livre

  • Trânsito

  • Constante disponibilidade digital



Muito provavelmente revês-te em alguns — se não em todos — estes pontos. E, claro, cada pessoa terá ainda os seus próprios fatores de stress, ligados à sua história e realidade individual.



Sabemos hoje, com base em evidência científica, que o stress crónico está associado a um maior risco de diversas doenças, como:

  • Enfartes do miocárdio

  • AVC

  • Cancros

  • Doenças autoimunes

  • Depressão e ansiedade

  • Hipertensão arterial

  • Asma

  • Síndrome do cólon irritável

  • Inflamações intestinais

  • Doenças de pele

  • Dores de cabeça

  • Dores nas costas



No entanto, é importante esclarecer: o stress nem sempre é mau. Ele é uma resposta natural do corpo, com base evolutiva, que tem como função proteger-nos. O chamado stress agudo, de curta duração, pode até ser benéfico — impulsiona-nos à ação, alerta-nos para o perigo, melhora o foco e a performance.


O que faz mal é o stress crónico — aquele que se prolonga no tempo, sem alívio, e que deixa o corpo num estado de alerta contínuo. É aqui que está o verdadeiro risco. O corpo permanece sob o efeito constante de hormonas como o cortisol, a adrenalina e a noradrenalina, o que desgasta o sistema nervoso, o sistema imunitário e a nossa energia vital.


Muitas vezes, nem nos damos conta de que estamos stressados, porque esse estado se tornou normal. Vivemos em modo de sobrevivência.

É por isso que tantas pessoas procuram, instintivamente, formas de aliviar essa tensão. Procuramos aprender a lidar melhor com o stress, a regulá-lo — porque não o podemos eliminar completamente. O stress é inevitável. Mas podemos e devemos aprender a fechar o seu ciclo.


Na antiguidade, quando o stress era provocado por uma ameaça real (um predador, por exemplo), reagíamos com fuga ou luta, e depois o corpo recuperava. Dormíamos em segurança, celebrávamos com a tribo, comíamos uma refeição quente. O ciclo era fechado.

Hoje, muitas vezes, o ciclo não se fecha. Ficamos com o corpo em alerta, sem que ele perceba que o “perigo” já passou.



Por isso, é fundamental encontrar formas de sinalizar ao corpo que está seguro. Eis algumas sugestões para encerrar esse ciclo de stress:

  • Movimento e atividade física (não precisa de ser intensa)

  • Respiração abdominal ou consciente

  • Ouvir música que te acalme ou inspire

  • Alongamentos suaves

  • Relaxamento progressivo

  • Meditação e práticas contemplativas



Estas são apenas algumas opções — cabe-te a ti descobrir quais são as mais eficazes e agradáveis para ti. Não há um modelo único. O importante é criares um espaço onde o teu corpo e mente possam, enfim, baixar a guarda.


Que esta reflexão inspire um mês de prática mais consciente, com espaço para o autocuidado, o repouso e o reencontro com o centro.


Namastê.


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